Será que a vaia na abertura dos jogos faz mais sentido agora?
Será que alguém consegue relaxar e gozar enquanto crianças choram sem pai, nem mãe?
Faz sentido para mais alguém que a apoteose de uma crise aérea aparentemente sem fim seja uma tragédia sem precedentes na história da aviação brasileira?
É fácil cancelar viagens e pensar até mesmo em fechar Congonhas depois que uma explosão acaba com a tranqüilidade da parcimônia.
E é uma pena que apenas após o número de mortos ultrapassarem a casa das dezenas é que o nosso ilustríssimo barbudo resolva tentar entender o caos que se instaurou em seu “governo”.
Claro, que mesmo o barba dos olhos vendados não queria que ninguém morresse. Claro que a ministra do olhar perdido num vidro de vicodin também não queria.
Porém, é preciso pensar melhor antes de falar. É preciso pensar mais antes de ficar sentado fingindo que nada está acontecendo ou pior: fazendo de conta que ainda tem como culpar o antecessor.
Aliás, mesmo com a falibilidade dos 8 anos de FHC, não existiu ocasião em que o descaso custasse tantas vidas inocentes.
Não é hora de achar culpados alguns dizem. Mas quando chegará o momento para que eles assumam suas responsabilidades.
Chega de ouvir: “Não sei de nada.” ou “O Renan é gente fina.” “Espetáculo do crescimento.” “Companheiro.” “Relaxa e goza.”
Já foi ultrapassada oficialmente a linha entre um péssimo mandato e a falta de caráter.
Porra, está na hora de votar melhor, Brasil!
Acorda, povo, o avião caindo não é o da TAM é o Brasil e, sim, tem pessoas dentro.
O Fantástico Mundo de Felipe Belão 
É, meu chapa…
Duzentas pessoas duma vez só, num acidente que faria Malthus salivar de emoção… Realmente catastrófico, com requintes Hollywoodianos!
Já há quem diga que o nome TAM tem origem etimológica onomatopaica: TAM! E dê-lhe tripa voando.
O acidente só não foi mais horrível, porque havia um deputado federal a bordo.
De qualquer forma, não é de hoje que vemos inúmeros momentos de descaso no setor de aviação brasileiro. A diferença é que desta vez não dá mais pra disfarçar, a não ser que consigam um tapete maior que o Airbus, pra poder enfiar tudo por baixo. Não ficaria surpreso: Se conseguirem superfaturar o tapete, acho que vai acabar acontecendo.
Para o barbudo, foi só mais uma vaia no currículo.
Para a imagem do país, foi só mais uma comprovação de que aqui o esquema é mesmo caipirinha, mulata e futebol. E é melhor vir de navio.
Para o progresso da nação, foi só mais um freio.
Para os tantos miseráveis que pupulam pela nação, tanto faz. Afinal de contas, alguém já viu pobre andar de avião (fora em programas dominicais genéricos)?
A todos que restaram vivos e felizmente não perderam seus familiares na tragédia, é apenas mais um assunto de bar.
Desde aqueles que costumam contar moedinhas para engolir mais um cocktail (rabo-de-galo) no boteco da esquina, até aqueles que comemoram a baixa do dólar brindando com um uísque escocês (fabricado no Paraguai ou na Escócia, tanto faz) estão comentando o caso, com ares de especialistas. É sempre assim…
A todo instante, pode-se escutar por aí comentários do tipo: “Parece que o avião estava com o pneu careca”, “O piloto tinha tomado umas”, “Foi culpa do controlador”, “Foi uma manobra imperialista do governo estadunidense”, “Foi problema no carburador”, “Eu já sabia”, entre outras pérolas.
Passa-se de ignorante para perito em poucos segundos: Afinal, todos têm alguma teoria conspiratória enrustida confusamente em meio às próprias sinapses…
Adoniran já sacou isso há muito tempo, quando fez a belíssima música “torresmo à milanesa”. Como recordar é viver, segue abaixo um fragmento deste grande clássico:
(…) Que é que você trouxe na marmita, dito?
– Trouxe ovo frito, trouxe ovo frito…
E você beleza, o que é que você trouxe?
– Arroz com feijão e um torresmo à milanesa, da minha Tereza!
Vamos almoçar, sentados na calçada.
Conversar sobre isso e aquilo:
Coisas que nóis não entende nada!
Depois, puxá uma páia.
Andar um pouco, pra fazer o quimo…
É dureza João! (…)
Depois desta, despeço-me deixando as seguintes mensagens de consolo e motivação:
Aos pessimistas: “Relaxa e goza, porque podia ser pior!”
Aos otimistas: “Visitem o Brasil! Temos lindas praias e muita caipirinha!"
Abraço,
Marcos "Descorçoado" Brehm
PS-Como ficou meio grande meu comentário sobre seu texto, coloquei no meu blog (castor-ensimesmando.blogspot.com) também.
essa do carburador eu deveria ter lembrado….
Pois é…desculpa dizer isso mas…EU AVISEI!E avisei aos berros! A última vez que eu fiz isso foi quando estava todo mundo maravilhado com a juventude e o cooper matinal do Color. Eu avisei! Agora toma!!! E o pior é que aqui estou eu pagando pela burrice alheia!
e quem "anvisa… "